segunda-feira, 10 de outubro de 2011

4ª edição do Ciclos de Jornalismo tem debate acalorado sobre crítica cultural

Alexandro Mota

O lugar do crítico e suas adaptações às novas mídias, as mudanças nas "críticas" publicadas em produtos jornalísticos, o funcionamento das relações entre críticos, público e mercado de divulgação, além das discussões em torno da formação do crítico cultural foram os principais assuntos da 4ª edição do Ciclos de Jornalismo. Atividade de extensão permanente da Faculdade de Comunicação da Ufba, o Ciclos debateu, na última quarta-feira (06),  o tema “Jornalismo Cultural: da especialidade à crítica”. Além de criar relações de aproximação entre acadêmicos e profissionais - principal objetivo do evento - esta edição proporcionou o encontro de diferentes gerações de críticos de arte e o dialogo entre diferentes visões do exercício do jornalismo cultural, entre essas, a de uma estudiosa em criticar os críticos. As provocações lançadas aqui no blog e direcionada aos participantes auxiliou o debate.

Enriquecido com essa diversidade, o evento proporcionou a pouco mais de 100 participantes (entre professores, jornalistas e estudantes de diferentes cursos e instituição de ensino), e aos internautas que acompanharam a transmissão ao vivo pela web, uma manhã de reflexão sobre os desafios e práticas do jornalismo cultural. Proposto e moderado pela professora Regina Gomes, o debate sobre essa vertente de atuação do jornalismo teve como convidados: João Carlos Sampaio, jornalista e crítico de cinema; Hagamenon Brito, editor de cultura do jornal Correio* e Antonio Marcos Pereira, professor do Instituto de Letras e colaborador do caderno Prosa & Verso de O Globo. Estes debateram com o professor e crítico de cinema, André Setaro, a professora do Instituto de Letras da UFBA e pesquisadora de crítica cultural, Rachel Lima e com o músico, jornalista e professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA, Messias Bandeira.


“A crítica é a arte da paciência”, definiu o professor André Setaro, fazendo referência à necessidade de um repertório para a excelência na profissão. Repertório esse que, segundo debatido na mesa, não deve se restringir apenas ao consumo de bens culturais, mas na busca de capacitação para analisá-los. João Carlos Sampaio lembrou as dificuldades que teve ao iniciar sua carreira, em 1993: “A ausência de um predecessor com as características do que eu tento fazer hoje, que é manter um diálogo nacional, trazendo para a Bahia informações, análises e referências, tornou meu caminho um desafio, mas também tornou mais saborosa cada pequena conquista”, disse. Não foi diferente para Hagamenon Brito, que contou sobre sua formação quase que “autodidata” como crítico e avaliou o Ciclos de Jornalismo como uma oportunidade de aprendizado. “Esse é um evento que deveria acontecer cada vez mais para aproximar a academia do mercado. No geral, sofre-se muito ao chegar ao mercado com uma visão elitista e teórica demais”, analisou o jornalista.

Tanto para Hagamenon como a professora Rachel não se faz mais crítica cultural (musical ou literária). Para Hagamenon o que se tem hoje é uma mistura de “resenha, informação e serviço”, não só pelos constrangimentos da rotina no jornalismo, como o tempo, sobre o qual todos falaram, mas também por ser, para ela, uma necessidade do público. Quanto a este último, o professor e crítico de literatura Antonio Marcos rechaça a ideia de leitor ideal e diz que, quando escreve, pressupõe estar falando para pessoas que lêem ou que têm interesse, não só na leitura, mas também no que é esta experiência de leitura. Já para a estudiosa de crítica Rachel Lima, o que se faz hoje nos produtos jornalísticos é apenas resenha, notando, inclusive, o desaparecimento de alguns cadernos culturais.

A internet e as fronteiras entre o amador e o profissional

As influências da web e sua multivocalidade no universo da crítica foi uma discussão levantada por Messias Bandeira. Hagamenon reconheceu o caráter desafiador da internet, o que, segundo ele, incentiva jornalista e críticos culturais a buscarem novas formas de realizar o seu trabalho, no entanto, disse se preocupar com a perda das fronteiras entre o amador e o especialista. Esse último aspecto, no entanto, não abala João Carlos Sampaio, que vê nesta característica um dos potenciais da rede, já que, para ele, é o leitor que deve escolher com quem se identifica, independente da formação. No debate, foi inquestionável o quanto o advento da internet aquece a relação entre autor, produtor e público.

Diante da pouca oferta de especialização, da pouca valorização desse profissional no mercado e aumento do número de produtores de crítica, a pesquisadora Rachel ponderou: “Não se trata de uma crise da crítica, mas uma reconfiguração. Há uma lamentação geral, e, paradoxalmente, isto acontece em um momento de uma expansão da cultura”. Ela lembrou que alguns pensadores propõem que críticos reconheçam a subjetividade de suas falas e abandonem a objetividade e imparcialidade exigida. Na contramão, profissionais queixam-se que as demandas das redações não permitem análises aprofundadas e revisões das obras, além de cobrar o que chamam de “resenha crítica”. “A crítica estruturada perdeu espaço no jornalismo diário, agora está mais nas revistas e blogs especializados. É preciso buscar novas formas para reverter esse declínio para que, no caso dos jornais, não fiquemos reféns da indústria da divulgação”, avalia Hagamenon.

Como esta a produção cultural na Bahia?

Provocados pela professora Regina Gomes para que fizessem uma análise da produção cultural baiana nas suas áreas, os especialistas fizeram elogios e críticas de artistas e do contexto. Rachel Lima criticou certo bairrismo existente na produção local.  Hagamenon avaliou a decadência do Axé Music – termo cunhado por ele – destacando raras exceções na MPB, até mesmo no Pagode, além de opinar sobre a cena do rock: ”Os rockeiros baianos choram demais e não fazem muito". Quanto ao cinema baiano, Setaro afirmou que há uma efervescente produção, mas que não há mobilização para distribuição e exibição: “Do que adianta produzir cinema para que fique restrito aos amigos e aos festivais?”. No diagnóstico de João Carlos Sampaio, há na Bahia um descompasso com a produção cinematográfica no restante do país, que tende a criação de coletivos. Messias Bandeira, como sempre, brincou em sua análise: "A melhor coisa em música no ano passado é meu disco", arrancando os risos da platéia.

Confira, em breve, os vídeos em que os especialistas fazem esta análise.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Termo "axé music" nasceu pejorativo, mas se tornou forte | Hagamenon Brito explica

Jessica Lemos
Foto: Daniele Rodrigues (Labfoto/Facom)

Como surgiu o termo “axé music” ?
Eu sou de uma formação musical roqueira. Eu era roqueiro na década de 80, quando surgiu o axé music. Ninguém gostava do axé music. Era uma coisa brega. De mau gosto. Tudo que não era legal, ou era muito carnavalesco a gente chamava de axé. Eu acrescentei o music porque já tinha o termo som music, o reggae music. Então eu acrescentei de forma pejorativa, achando que aquele som que tinha a pretensão de ganhar metade do planeta, jamais conseguiria se tornar algo realmente forte e tão grande. Quebrei a cara, porque o negócio de fato se tornou muito grande. No início eles todos de um modo geral detestavam o termo. Foi preciso que a mídia do sul gostasse do termo para que ele fosse aceito entre os artistas. A banda Beijo foi a primeira a utilizar o termo.

Até que ponto pode-se dizer que a crítica cultural é jornalismo?
De certo modo sempre há uma coisa na crítica que é meio ambígua. É difícil escrever uma arte. Ela já nasce de certa forma ambígua, mas isso vale pra qualquer tipo de crítica. E é jornalismo porque você investe também em reportagem. Não é apenas uma opinião que você fala seu gosto pessoal. A partir disso interfere também na música. Você chega ao ponto de descrever o artista, o ser humano. E procurando se especializar e procurando revelar ao leitor alguma coisa a mais do que o óbvio que já esta ali. Isso é jornalismo também, principalmente se tiver uma formação de jornalista no sentido mais clássico.

Você se sente mais jornalista ou mais crítico?
Mais jornalista. Apesar de eu ter feito jornalismo porque eu gostava de cultura. Eu fui repórter e sou essencialmente repórter. Uma coisa é ser crítico musical, outra coisa é ser um crítico musical que conhece e se especializa. Isso tem um apelo maior. Você se torna mais conhecido e se envolve com a polêmica. Eu gosto da polêmica, eu gosto da influência do new jornalism americano e de pessoas como Paulo Francis. Ao menos que você seja só colunista, e não tenha uma formação direta, se especializa em alguma coisa e se torna colunista, então é diferente, porque você não vive a redação e não vive a reportagem.

Como você define uma boa crítica musical?
Vou falar um clichê. Construtiva. Exatamente aquela que você procura não colocar apenas seu gosto musical, porque toda crítica passa por um gosto musical inegável. Então vem a formação de cada critica, porque passa pela formação de cada um, mas que você procura ver como um todo. Isso acontece quando os críticos musicais são muitos jovens, embora desde cedo você goste de polêmica e chame a atenção. Só com um tempo você ganha experiência para criticar uma coisa. Conhecer o que está se fazendo sem ter um modelo, quando você é muito jovem e gosta de determinado assunto, acaba pecando muito. Tem coisas que eu escrevi a 20 anos atrás, que eu olho hoje e tenho vergonha. Não me arrependo, mas hoje não escreveria isso de maneira alguma.

Como você vê  a influência da internet na crítica musical?
É bom. Porque você tem mais fontes. Você tem mais elementos. Isso te ajuda a renovar seus conceitos. Com a internet, acabou a distinção do que é especialista (jornalismo) e o que é amador. A maioria que escreve na internet não é especialista e pode derrepente fazer com que aquela critica reverbere de forma importante para o artista. Por exemplo, Claudia Leite se incomodou mais com a crítica das redes sociais do que com a crítica especializada, então ela deu o que eu considero um "tiro no pé'. Um anti-marketing. Se ele não tivesse respondido às redes sociais, as criticas amadoras teriam passado em branco. Acredito que dificilmente um artista mais experiente teria feito o que ela fez.


Você afirmou durante o debate que a crítica como crítica estruturada acabou. Que o público busca uma mistura de resenha, informação e serviço. Explique melhor sua definição.
A critica especializada na academia é um bloco especializado. O jornalismo estruturado é uma coisa maior, requer um espaço maior e uma atenção maior. O jornalismo diário não tem mais espaço para isso. Por isso vai para o lado da resenha. A crítica estruturada necessita de um espaço de tempo. O que a gente produz num dia é pouco e teria que ser renovado diariamente. A crítica como crítica estruturada não acabou. Ela se adaptou aos novos tempos. Os jornais foram diminuindo o espaço cultural, você vai sendo usado por essa cultura de celebridades. Você também incorpora quando vai fazer uma critica. Agora, quando você faz uma crítica, faz uma mistura, uma resenha, falando o que pensa do contexto que aquilo foi feito, ao mesmo tempo, fala um pouco de informação e um pouco dos detalhes interessantes da vida desse artista. Não dá para falar só da parte musical, tem que falar do contexto pelo qual ele passou. Numa crítica estruturada, você fala durante três páginas sobre como é o trabalho do artista, analisa música por música, o trabalho dele, a produção e a relação com a historia da som music. Fica mais cerebral. Mais teórico. Isso é o que eu chamo de critica estrutural.

Contatos com Hagamenon Brito:  hagamenon.brito@redebahia.com.br 

"Tenho apetência por este caos de possibilidades e muita fé na crise como um movimento inevitável à renovação" | João Carlos Sampaio


Lucas Gama
Foto: Renato Alban (Labfoto/Facom)

Na sua apresentação de hoje, no Ciclos de Jornalismo, você falou sobre os principais desafios do jornalismo cultural, nos dias atuais ( a demanda de cada veículo, o espaço limitado no jornal, esvaziamento da análise..). Quando você começou, quais eram os desafios?
O principal desafio de quem começa em alguma profissão é, principalmente, a pouca experiência, que se compensa com muita disposição e coragem. Na época que eu comecei, em 1993, o cinema brasileiro vivia um processo de estagnação e o cinema, como um todo, também não gozava de espaços generosos nos veículos impressos. A cada dia tentei trilhar o ofício da crítica com seriedade, comprometimento e consegui cavar espaços inéditos para um profissional baiano/nordestino. Assim me tornei o primeiro deste canto esquecido do Brasil a compor o conselho para escolha do representante brasileiro no Oscar e fiz parte de seleção de filmes para os principais eventos de cinema do país. A ausência de um predecessor com as características do que eu tento fazer, manter um diálogo nacional, viajando para os festivais e trazendo em primeira mão para cá informações, análises e referências foi um dificultador, tornou meu caminho um desafio, no qual eu precisei provar algum valor a cada dia, mas também tornou mais saborosa cada pequena conquista, até alcançar a visibilidade e o respeito em todo o país. Sem falsa modéstia, até porque me considero muito mais um sujeito determinado do que um tipo especial, conseguir pavimentar um outro parâmetro de comparação para o exercício da crítica e sobreviver com isso, do meu sacerdócio, do meu ofício, é uma realização que faz de mim um cara feliz. 

Com a Internet, aparecem novos canais para o crítico e sua crítica, como é o caso dos blogs e das redes sociais. Quais possibilidades você vê e prevê para a crítica de cinema, neste cenário, que ainda está em construção?
Sou muito esperançoso quanto ao cenário atual, invisto pessoalmente e com dedicação na difusão da cinefilia, do pensamento crítico e acredito que a internet vai se tornar cada vez mais o espaço, por excelência, para o debate. Gosto deste momento de indefinição, tenho apetência por este caos de possibilidades e muita fé na crise como um movimento inevitável à renovação, cenário propício para as mudanças e novas oportunidades. Pessoalmente, uso as redes sociais para soltar provocações e ainda pretendo, mais à frente, gerir um espaço que venha congregar o pensamento crítico, uma redação virtual, que permita uma flexibilização do espaço da crítica, para além dos medalhões como eu (risos). Eu creio muito no jovem crítico, na ousadia e na acuidade de quem está chegando. Em 1993, na minha lista de fim de ano escolhi como melhor filme exibido em Salvador Cães de Aluguel (Reservoir Dogs) e disse que seu diretor, Quentin Tarantino, era um talento promissor... um medalhão teme fazer essas previsões, os jovens, não. 

O que, de inovador, vem aparecendo na crítica de cinema, hoje? Você poderia nos citar alguns críticos ou veículos?
Na realização de cinema são tantas as novidades, que eu prefiro dizer que estamos vivendo um período de fertilidade e descobertas. Nunca tivemos acesso a tantas filmografias diferentes, realizadores dos quatro cantos do mundo, como estamos tendo agora. A viabilidade da troca dos filmes - até pela internet - dá acesso a tudo que se queira ver! É um sonho para alguém como eu, que era um jovem cinéfilo nos anos 1980 e saía da última sessão de cinema no extinto Teatro Maria Bethânia (atualmente uma churrascaria) sem saber se encontraria ônibus para casa ou dormiria na Estação da Lapa. É uma maravilha que ninguém mais precise fazer isto. No que se refere à crítica, acho que a internet também é a fonte mais promissora, os blogs pessoais são os pontos altos. Ler Luiz Zanin Oricchio e José Geraldo Couto, por exemplo, em seus espaços domésticos (dos blogs: http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/  e http://blogdozegeraldocouto.folha.blog.uol.com.br/ ) é sempre uma delícia. Ter a reportagem em tempo real de Luiz Carlos Merten (http://blogs.estadao.com.br/luiz-carlos-merten/e sua verve tão cheia de detalhes, confissões e inconfidências é outra coisa nada desprezível. Fora isto, temos revistas eletrônicas muito sérias como a Contracampo, a Cinética e a Filmes Polvo. Sem falar, que todo dia se descobre algum potencial crítico engatinhando na rede com a força agradável das melhores surpresas. Basta estar atento e olhar sem preconceito.

"Existe um suposto divórcio entre o crítico e o público" |Regina Gomes

Susana Rebouças e Cláudio Jansen

Entrevistada pelo programa Universidade Notícia, da Rádio Facom, Regina Gomes, professora e moderadora da 4a edição do Ciclos, explica a sua sugestão do tema, discute a relação entre o crítico e o público, e, ao final, dá dicas para o estudante que quer seguir carreira de crítico.


"Eu não estou escrevendo para pessoas sem noção, são pessoas que lêem" | Antonio Marcos Pereira


Simone Melo
Foto: Daniele Rodrigues (Labfoto/Facom)

Quando questionado sobre o seu leitor, você disse que imaginava Messias, outro colega professor, sentado em um bar conversando contigo. A crítica literária tem fama de possuir um caráter hermético. A sua crítica também é assim, para pessoas com repertório próprio de doutores da academia?
Não. Quando eu escrevo para o jornal, eu sempre me preocupo em ter bem claro para mim, que eu não estou escrevendo para a academia ou prioritariamente para acadêmicos. Mas eu também pressuponho que eu não estou escrevendo para pessoas sem noção, são pessoas que lêem, ou que têm algum interesse não apenas em leitura, mas em comentários sobre a experiência da leitura. É isso que modula as minhas escolhas de vocabulário, o meu enderaçamento na crítica a partir de certos procedimentos de narração, exposição e argumentação. Não existe pessoa sem repertório, e se você chega a abrir um caderno de cultura, isso significa que você já tem um nível de letramento bem considerável. É isso que eu levo em consideração na hora de produzir os  meus textos.

E o blog do pernambucano que você mencionou, que escreve críticas a partir de livros inventados. Você conseguiria definir que tipo de gênero ele estaria escrevendo nesse caso?
Na falta de melhor definição, eu diria que é ficção. É um pouco como Borges [Jorge Luis Borges, escritor argentino] quando fazia resenha de livros inexistentes e veiculava isso como contos. Então, acho que um alojamento possível para ele seria esse. Ah, esse cara está fazendo ficção, está inventando um jeito diferente de narrar. Mas há uma conexão muito explícita com a crítica, seus procedimentos. E eu acho que isso não deve estar muito distante do nosso jeito de observar a peculiaridade desse objeto, como o blog que o Bernardo Brayner produz, Livros que Você Precisa Ler. Acho importante salientar que a experiência dele como publicitário, diretor de arte em uma agência pernambucana, dão um matiz peculiar ao jeito como ele trata o objeto livro e o projeto de resenha que ele apresenta ali. Então, são todas essas coisas juntas que me fazem elencar esse blog como um espécie de invenção das possibilidades da crítica contemporânea. 

Você poderia falar um pouco mais sobre a escola subjetivista norte- americana...
Basicamente existe uma crítica ao ideal epistemológico da objetividade, do alinhamento e do afastamento. Por essa via, uma certa tradição de críticos começa a operar enquanto críticos valorizando exatamente o contrário, a proximidade, a intimidade; e na fala de palavra melhor, as dimensões “subjetivas”da experiência de leitura. Há uma série de livros que já foram publicados coletando esse material, historicizando esse movimento. É uma tentaiva de criticar o ideal de objetividade como sendo o motor principal da crítica.

"Praticamente, não existe crítica de arte, na imprensa baiana" | André Setaro


Lucas Gama
Foto: Renato Alban (Labfoto/Facom)

Como o senhor acha que essa palestra pode ajudar os estudantes, principalmente os de jornalismo que pretendem ingressar na área de crítica cultural?
Eu acho que essa palestra é importante, na medida em que os estudantes possam tomar conhecimento do que seja a crítica cultural, seja ela aplicada à musica, ao teatro, ao cinema, às artes plásticas. Primeiro saber o que é crítica. Neste particular, o esclarecimento é muito importante – e vamos ter aqui vários especialistas no assunto: Hagamenon, Messias, Sampaio, entre outros. Inclusive a minha inoportuna presença.

Atualmente, quais são os maiores desafios para um crítico de cinema?
Em primeiro lugar, os jornais reservam pouquíssimo espaço para o cinema. Cada vez mais, o espaço é diminuído e não se pode fazer criticas mais desenvolvidas, ensaios cinematográficos, como antigamente. Antigamente, havia um grande espaço para o pensamento cinematográfico. Praticamente, não existe [hoje] crítica de arte, na imprensa baiana. Não existe.

Qual dica o senhor pode dar para quem pretende ingressar na área de critica de cinema?
O sujeito, para ser “crítico”, precisa, em primeiro lugar, formar um repertório. Ver filmes. Ver, ver e ver filmes. E ter uma preocupação em conhecer os filmes essenciais da história do cinema, para ter uma base referencial, sem a qual não será um bom crítico.

Como crítico de cinema, quais foram seus trabalhos mais marcantes?
É difícil dizer, porque como crítico, como comentarista de cinema, eu já tenho 32 anos... aliás, não! São 37 anos, que escrevo em jornais. E destacar, assim, o mais importante, é difícil. Todos os trabalhos são marcantes. Mas eu destacaria um: a entrevista que fiz a James Stewart, em 1984, no Rio de Janeiro. E, também, a entrevista que fiz com Glauber Rocha, em outubro de 1976, na sala da Tribuna da Bahia.

"O jornalismo cultural passa por um momento de dispersão e de requalificação" | Messias Bandeira

Luiza Sanches
Foto: Daniele Rodrigues (Labfoto/Facom)

Como você analisa o atual uso massivo da internet, servindo como facilitador da produção de publicação de opinião?
Essa democratização, essa horizontalidade que nós temos hoje na produção da cultura, eu acho absolutamente importante, porque você desloca, você libera o pólo de emissão. Você tem novos operadores no campo da cultura, que não estão necessariamente submetidos a uma estrutura formal,
administrativa, tradicional como conhecemos.

Você afirmou: "Hoje, a tecnologia  de compartilhamento redefiniu todos os processos: da relação do artista com o público, da economia da música online, etc.". Eu perguntaria como a crítica cultural pode mediar essa nova relação entre o artista e o público, o público e o consumo?
Acho que o desafio, na verdade, agora é muito maior, porque a cultura contemporânea se apresenta de forma tão reticular, que são inúmeras as possibilidades de experiência. Então, ela assume uma tarefa, ao mesmo tempo desafiadora, mas muito arriscada diante dessa multivocalidade. O  crítico hoje, talvez tenha uma ingerência menor em relação ao seu público, em função dos inúmeros atores desse processo, mas continua aí o elemento mais importante da crítica; quer dizer, e aí sim, que ele é exigido e mais requisitado na sua qualidade, na sua capacidade de leitura de mundo, leitura da obra de arte. Ou seja, sua qualificação é mais exigida nesse momento. Então, o desafio é como estabelecer processos individuais de qualificação da leitura dessas obras.

Quais dicas você daria a estudantes que aspirem trabalhar com jornalismo cultural?
Eu acho que, primeiro, a questão de formulação do repertório é absolutamente importante. Claro que você não precisa cair na angústia, na ansiedade de informação, que parece ser natural hoje; mas é preciso um certo critério na construção do seu repertório. Então, você tem mediadores importantes como formadores de opinião que devem ser lidos sempre com uma certa desconfiança; oferecendo a mão, se oferecendo de maneira aberta a novas possibilidades. Eu acho que o jornalismo cultural acabou virando um horizonte sofisticado, para pessoas que não querem trabalhar em certas áreas, poque o entendem como uma áres mais nobre, uma área em que se tem todo um *hype* no seu entorno. Você vai ser convidado pra festas, espetáculos, vai viajar muito. Mas, ao mesmo tempo, eu acho que é um campo extremamente desafiador, como eu citei, tamanha a sua necessidade de atualização, de compreensão da cultura na contemporaneidade. Não é uma tarefa fácil, e também, não é uma tarefa superficial. Penso que a cultura contemporânea estabeleça para agente grandes horizontes em termos de conhecimento e, sem dúvida alguma, o jornalismo cultural passa por um momento de dispersão e de requalificação. Quem puder se colocar de forma mais estratégica nesse cenário obterá maior sucesso na produção da crítica.

"Existe uma tensão no campo e uma série de constrangimentos entre os próprios críticos" | Rachel Lima

Simone Melo
Foto: Daniele Rodrigues (Labfoto/Facom)

Queria começar perguntando a sua opinião sobre como formar um crítico literário. Ele deve ser um jornalista, deve ser um especialista em Letras?
Não há nenhum problema em formar um crítico literário no jornalismo. O que é necessário é que ele se interesse realmente pelo campo, tenha um conhecimento do campo literário, da história da literatura, que ele consiga fazer uma avaliação da obra, não é que seja objetiva, mas que tenha a ver com essa tradição do campo. Que consiga ter a sensibilidade de perceber a importância da novidade, daquilo que difere de tudo aquilo que foi feito antes, e que tenha essa condição de perceber como o espaço da crítica literária se organiza e que consiga se colocar e se posicionar bem nesse lugar.

Mas essa formação seria possível já durante a graduação?
É muito difícil. Na verdade, é difícil formar um crítico, porque é difícil chegar a essa posição. Imagine ter toda uma leitura dessa tradição, é complicado. Mas é claro que as pessoas precisam começar. No caso da crítica de cinema, o Glauber Rocha com 15 anos já fazia crítica de cinema. Precisamos perceber que há exceções. E existem críticos que são da área de Letras que não considero que sejam bons, isso varia muito. O crítico precisa se legitimar, possuir uma diferença, tem que ter coragem, não é fácil ser crítico. É uma atividade bastante arriscada, envolve subjetividade, conhecimento, leitura de mundo da contemporaneidade.

Que tipos de pressões sofrem os críticos literários na construção dos seus trabalhos voltados para o meio acadêmico?
Teoricamente, a academia é mais livre, ela estuda o que quer..

Por que teoricamente?
Porque ninguém é livre totalmente. Todo mundo tem uma visão que não é individual, mas construída dentro de um espaço social. Então, segue-se determinados alinhamentos também. Eu acho que não existe liberdade total para ninguém, nem para o círculo acadêmico. Se o professor fica muito distante de certas linhagens, ele acaba correndo um certo risco.Você tem que pensar o campo como um jogo conflituoso, há pessoas que preferem não trabalhar literatura contemporânea porque é menos arriscado, mesmo na academia. Não tem ninguém que não sofra pressões, você está dentro de um sistema. Teoricamente, pode-se estudar o que bem entender, mas haverão constrangimentos, que também são de ordem econômica, que podem te levar a perder espaço, se você ficar muito distante daquilo que é hegemônico. Mas, é claro que não há um consenso dentro da academia e isso faz com que haja um série de linhas teóricas em confronto.

Essas linhas de confronto não alimentam o debate?
Na verdade, há alguns debates no campo da crítica jornalística. Mas eu acho que os debates são poucos, deveria haver mais. Fica todo mundo muito na defesa porque sabe que é arriscado tomar posição. Existe uma tensão no campo e uma série de constrangimentos entre os próprios críticos.

Ciclos via hashtag #ciclosdejor

Cobertura via twitter da 4a edição do Ciclos de Jornalismo

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Convidados ilustres nesta 4a edição do Ciclos

Na próxima quarta-feira, dia 05, teremos um encontro com ilustres participações. O formato segue o mesmo da 3a edição com 4 blocos: convidados apresentam, debatedores fazem perguntas a convidados, convidados perguntam entre si e platéia debate. Confira!

Convidados


João Carlos Sampaio @jcsampaio
Foto: Agnes Cajaíba
Jornalista e Crítico de cinema. Natural de Aratuípe-BA. Pesquisador que atua na análise fílmica há 18 anos, escrevendo para jornais, revistas e sites de vários Estados brasileiros; além de fazer comentários sobre cinema para programas de televisão e rádio. Colabora com a difusão do cinema brasileiro, participando de atividades cineclubistas, colaborando na implementação de projetos formadores de cineclubes. Atua ainda como consultor de programação, participando da seleção de filmes, tendo integrado júris de alguns dos principais festivais brasileiros, incluindo o de seleção de candidato brasileiro ao Oscar.  Trabalha também como curador de festivais, palestrante em seminários e ministrando cursos de cinema.


Hagamenon Brito

Jornalista baiano graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), começou a carreira profissional no jornal A Tarde, nos anos 80, quando criou o termo "axé music", e já colaborou com publicações como Veja Bahia, Bizz (SP), Showbizz (SP) e Palavra (MG). Com artigos publicados na revista Latin American Music Review (Universidade do Texas, EUA); no Jornal do Brasil; e no Dicionário Cravo Albim de MPB, atualmente é crítico de música, colunista e editor de cultura do CORREIO*, no site do qual mantém o blog Pop Head. Também é editor responsável do suplemento semanal Guia CORREIO*.

Antonio Marcos Pereira @antoniomarcos


Doutor em Letras pela UFMG, professor no Departamento de Letras Vernáculas da UFBA desde 2007 e colaborador do caderno Prosa e Verso de O Globo. Em 2008 foi distinguido com o prêmio do projeto Rumos Itaú Cultural na Carteira de Crítica Literária por sua pesquisa a respeito da produção crítica de Bernardo Carvalho.


Debatedores


André Setaro @andresetaro
Deu início à sua carreira de comentarista cinematográfico em agosto de 1974 (há, portanto, 36 anos) com uma coluna diária no jornal soteropolitano Tribuna da Bahia, onde escreve, toda quinta, até os dias atuais. Já publicou diversos artigos em outros jornais e revistas. Autor de verbetes da Enciclopédia do Cinema Brasileiro (editada pelo SENAI),  e organizada por Fernão Ramos e Luiz Felipe Miranda. É professor adjunto da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (desde abril de 1979), onde leciona disciplinas da área do audiovisual. Recentemente lançou Escritos sobre cinema - Trilogia de um tempo perdido (3 volumes), editado pela Edufba em parceria com a Azougue. Tem uma coluna sobre cinema na revista eletrônica Terra Magazine (confira a última) e o Setaro' Blog.


Rachel Lima

Pós-doutorado na Universidade Paris XIII, Doutorado em Estudos Literários/Literatura Comparada (1997) na Universidade Federal de Minas Gerais e Mestrado em Estudos Literários/Literatura Brasileira (1987), também na UFMG. Atualmente é Professora Adjunto da Universidade Federal da Bahia, atuando no curso de Graduação em Letras, no Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística e no Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade. Desenvolve investigações nas seguintes linhas de pesquisa: Documentos da memória cultural, Teorias e crítica da literatura e da cultura, Cultura e Identidade. Seus trabalhos focalizam, principalmente, o estudo das teorias críticas da Literatura Comparada, a crítica literária e cultural brasileira e latino-americana, as representações do trabalho intelectual, os discursos memorialísticos e autobiográficos e a análise das narrativas da modernidade e da pós-modernidade

Messias Bandeira @audiosfera

Músico, Jornalista e Professor. É Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea e Professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos (IHAC), da Universidade Federal da Bahia. É produtor cultural e lida com temas relacionados a Música Online, Cultura Digital, Copyright e Tecnologias Intelectuais. Coordena o grupo de pesquisa e rede social “Audiosfera", sendo um dos articuladores da implantação da Universidade da Cultura Livre. Lançou, recentemente, o álbum "escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me".  www.messias.art.br




quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jornalismo Cultural em debate

Próxima quarta, dia 05, o Ciclos de Jornalismo vai discutir: "Jornalismo Cultural: da especialidade à crítica".

Vamos discutir a prática do jornalismo cultural na Bahia e no Brasil. Ênfase ao caráter de especialidade do chamado jornalismo cultural e à crítica de produtos da cultura como o cinema, música e literatura. Se para alguns a crítica perdeu seu valor reflexivo e passou a ser refém das agendas dos jornais em nome de um “interesse público” quando na verdade atende aos “interesses do mercado”, para outros, o jornalismo cultural pode estar se reconfigurando com a advento das novas tecnologias e dos diversificados canais de interação com o leitor/usuário.

Questões lançadas aos participantes:


  • Quais os principais desafios para o exercício do jornalismo cultural?
  • Como se dá a cobertura especializada nas revistas e cadernos de cultura na Bahia/Brasil?
  • Qual a função da crítica no jornalismo cultural?
  • O crítico deve ser um especialista ou um generalista da matéria criticada?
  • Como o jornalista e o crítico devem lidar com o fato de "pertencer" aos dois campos: da produção cultural e do jornalismo?
  • Qual o lugar das críticas literária, cinematográfica e musical hoje? 
  • Qual a responsabilidade do editor e como ele lida com as pressões do mercado?
  • A academia e as empresas investem adequadamente na formação do jornalista cultural?
  • Há hoje uma tendência do jornalismo cultural voltado mais para a reportagem do que para a crítica?
  • Como as tecnologias digitais têm transformado o jornalismo dos cadernos de cultura?
Teremos convidados ilustres. Confira no flyer e aguarde mais informações sobre o evento.


quinta-feira, 30 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Conheça os palestrantes desta edição

Adelino Mont'Alverne, diretor da Malagueta Interativa

@montalverne

Adelino trabalha há 12 anos com criação e estratégia para mídia interativa. Nesse período tem realizado projetos e campanhas digitais para clientes em diversas áreas, como mercado imobiliário, varejo, comunicação institucional (governos estadual e federal) e marketing político. Em seu portfólio tem cinco Grand Prix da categoria Internet do Prêmio Bahia Recall e por dois anos seguidos o único Ouro da categoria Mídia Digital do Prêmio Colunistas N/NE. 

Com mestrado em Cibercultura, Adelino Mont'Alverne também é membro do Grupo de Pesquisa em Cibercidades (GPC/UFBA), unidade certificada pelo CNPq, que integra o Centro Internacional de Estudos e Pesquisas em Cibercultura – Ciberpesquisa. É colaborador de conteúdo do portal iBahia.com, através do blog Cultura Digital. Foi pioneiro no ensino de criação para novas mídias, com disciplinas relacionadas a tecnologia, criatividade e comunicação em cursos de graduação da Universidade Católica do Salvador (UCSAL) e cursos de pós-graduação em marketing digital de diversas instituições.



Rodrigo Cunha, mestrando do Póscom

Rodrigo é jornalista, formado pela Faculdade Seama, em Macapá, no Amapá; especialista em design gráfico, pela Faculdade 7 de Setembro, de Fortaleza, no Ceará; e mestrando em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Após experiência como jornalista em redações de jornal e televisão; e como designer em assessorias de comunicação; dedica-se atualmente na pesquisa sobre revistas brasileiras em dispositivos móveis. É membro do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL) e mantém o blog Papel Digital, o qual escreve sobre design, jornalismo visual e mobilidade.


Iloma Sales, coordenadora de mídias digitais do Grupo A Tarde

Iloma recentemente passou da coordenação do Mobi A TARDE (http://m.atarde.com.br/), canal de conteúdo para dispositivos móveis do Grupo A Tarde (Salvador-BA), para a coordenação de mídias digitais do Grupo, o que inclui todas as plataformas digitais da empresa ( Mobi - http://m.atarde.com.br -, A Tarde On Line - http://www.atarde.com.br -, site do Jornal Massa! - http://jornalmassa.com.br). Atuou como coordenadora de comunicação da Santa Casa de Misericórdia da Bahia (SCMBA), tendo passado ainda pela Rede de Ongs da Mata Atlântica (RMA)/Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá). Pós-graduanda em Jornalismo e Convergência Midiática pela Faculdade Social da Bahia (FSBA). Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) pela Faculdade 2 de Julho (Salvador-BA).
Blogs: acessomovel.wordpress.com | ilomasales.wordpress.com

Ciclos terá debatedores e perguntas sorteadas

O encontro sobre Jornalismo em Dispositivos Móveis terá um formato de 4 blocos, como na primeira edição. Os palestrantes abrem, em seguida um estudante, uma jornalista e um professor fazer uma pergunta sorteada para um palestrante, depois palestrantes perguntam entre si e fechamos com a participação do público. Assim, permitimos um aprofundamento, a possibilidade de os palestrantes também perguntarem aos colegas e tornamos o debate mais contundente.

Os debatedores do segundo bloco são:

A professora da Facom, Graciela Natansohn

Jornalista, editora da revista laboratório Lupa, da Facom-Ufba.  Suas pesquisas e sua produção concentram-se na Cibercultura: Jornalismo online, Jornalismo de Revista, Estudos de Gênero, Mulheres e TIC´s.
@graciela71




A jornalista Ida Sandes, editora multimídia do G1/Bahia e Globoesporte.com


Ida é formada em Jornalismo pela Facom-Ufba. Foi bolsista do Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitais, onde desenvolveu pesquisas sobre o Governo nas Mídias Sociais e Marketing Digital e uso de dispositivos móveis no Mercado Imobiliário. No seu trabalho de conclusão de curso, pesquisou sobre Webjornalismo Participativo e a reconfiguração na produção de notícias.
@_ida_



O mestrando do PósCom, Tarcízio Silva

Profissional e pesquisador em marketing e comunicação digital. Atualmente é 
mestrando pelo PPGCCC-UFBA, membro do Grupo de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Sociedade e diretor da PaperCliQ. Organizador dos ebooks "#MídiasSociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões" e "Mídias Sociais e Eleições 2010", estuda as relações entre a produção e circulação 
de dados digitais com processos interacionais e corporativos. 
@tarciziosilva


domingo, 26 de junho de 2011

Jornalismo em Dispositivos Móveis

Nesta próxima quarta, 29, das 8h30 às 12h, ocorrerá a terceira edição do Ciclos de Jornalismo. Este foi o segundo tema mais votado em enquete realizada aqui no blog logo depois da primeira edição.

Um tema atual, desafiador, ainda muito pouco explorado pelo mercado baiano, mas que vem sendo discutido no mundo desde o final de 2010, o jornalismo para dispositivos móveis traz uma questão chave: uma nova vida, um renascimento pode ser realmente percebido para o fazer e para os produtos jornalísticos?

Discute-se o conceito de notícia, mudanças na rotina produtiva, o papel da instituição jornalística para dispositivos com características específicas como mobilidade, conexões com sistemas de localização, múltiplas funções, que implicam novas maneiras de consumo da informação.

Neste encontro, teremos três profissionais atuando no jornalismo digital, no marketing para dispositivos móveis e na compreensão de produtos jornalísticos para dispositivos móveis, como tablets e smartphones: Iloma Sales, coordenadora de mídias digitais de ATarde e também coordenadora do Ciclos de Jornalismo; Adelino Mont'Alverne, diretor da MalaguetaInterativa e Rodrigo Cunha, especialista em design gráfico e mestrando sobre revistas digitais para dispositivos móveis, autor do blog Papel Digital v.3.0. Em breve, um post para conhecê-los melhor.

Formato

Esta edição terá o mesmo formato da primeira, com três blocos: palestras; segundo bloco de perguntas sorteadas de um estudante de mestrado, uma professora e uma jornalista; e terceiro bloco com questões sorteadas entre os palestrantes. Depois, será aberto o debate. Mais informações sobre os debatedores, em breve aqui.


Referências para melhor compreender o tema

Vários pesquisadores têm trabalhado com este tema, como o professor Fernando Firmino da Universidade Federal da Paraíba, doutorando do PósCom Ufba e autor do blog jornalismomovel.blogspot.com

Para uma melhor compreensão do tema vale ainda a leitura de "Periodismo digital: convergencia, redes y móviles", recém lançado, acesso free.

domingo, 22 de maio de 2011

Estudantes da UFRB produzem VT sobre a 2ª edição do Ciclos

Orientados pela professora Leila Nogueira, estudantes de jornalismo do 5º semestre da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), de Telejornalismo I, produziram uma breve matéria audiovisual sobre o segundo encontro, ocorrido em 27 de abril último.

Confira!

Reportagem ::Laís de Oliveira
Produção :: Laís Martins

terça-feira, 3 de maio de 2011

Sucesso de público, 2º Ciclos foi Trend Topics Salvador

Val Benvindo e Manuella Cardoso com colaboração de Júlia Belas
                                                         (Leonardo Pastor/ Labfoto)

A 2ª edição do Ciclos de Jornalismo, que  teve como tema “Jornalista Multimídia: que profissional é esse?”, foi um sucesso de público. O evento teve sua hashtag #ciclosdejor no terceiro lugar dos Trendings Topics Salvador por toda a manhã. Transmitido ao vivo pelo twitcam, o Ciclos contou com a assinatura de 126 pessoas para o recebimento de certificados, um auditório cheio até o final do evento, com a presença de estudantes de jornalismo, jornalistas e professores de jornalismo, além da cobertura para duas disciplinas, Jornalismo Digital da Facom e Telejornalismo da UFRB.  Os palestrantes, jornalista Daniel Senna (Agecom), Giacomo Mancini (G1/Rede Bahia), Felipe Barbalho (A Tarde OnLine) e a professora Suzana Barbosa (Facom/UFBA), trouxeram à tona temas como convergência jornalística, evolução do jornalismo, redes sociais, rotinas produtivas e outros assuntos relacionados ao jornalista multimídia.

Um dos temas de destaque foi exatamente a definição de jornalista multimídia e como ser um bom profissional no mercado atual. Em consenso, todos os palestrantes acreditam que para ser um bom jornalista multimídia é preciso ter noção de todas a linguagens e plataformas, ainda que se tenha preferência por esta ou aquela área. O jornalista multimídia está longe de ser somente o profissional ligado ao afazeres da internet, muito pelo contrário, este circula por toda e qualquer plataforma em que o jornalismo se encaixe.

Para Giácomo Mancini, que durante o evento se comparou a um jornalista jurássico que gosta de tecnologia, o que é noticiado ainda é o mais importante: “Informação continua a ser fundamental, independente da plataforma”. Mancini ainda brincou dizendo que já era um jornalista multimídia no início de sua carreira, em 1975, quando fotografava, produzia textos e trabalhava na rádio e na televisão, tudo ao mesmo tempo. Para ele, ser um profissional de comunicação multimídia é não se restringir a apenas fazer o seu texto. Cabe a ele estar sempre informado e usar diferentes ferramentas para divulgar sua notícia.

Daniel Senna, que atualmente produz para todas as mídias na Agecom, explicou as diferenças das linguagens: “Cada mídia requer um texto diferente, não dá pra fazer o mesmo texto para rádio e impresso, por exemplo. A maior diferença entre rádio e TV é a referência à imagem, que na TV é constante. No rádio, você precisa de referências o tempo todo, mas essa é uma das poucas adaptações que se tem que fazer. O texto para internet, eu passo para a redação por e-mail ou telefone, e alguém vai e publica. A TV exige que você grave a entrevista. Então se você perder aquele momento ou aquela coletiva, você perde a entrevista com a fonte e prejudica toda a matéria. Para o impresso, eu já estou na redação posso redigir com mais calma, o texto é mais detalhado.”

Seguindo a mesma linha, Felipe Barbalho, que se denomina “essencialmente on line” por nunca ter trabalhado em outra plataforma que não fosse a internet, reafirmou a importância de se ter noções básicas acerca de todas as mídias. “Esse profissional é alguém que está consciente e quer fazer o jornalismo multimídia. Está disposto a usar as mídias sociais, captar áudio e fazer fotografias”. Os jornalistas que trabalham em grupos de comunicação donos de variadas mídias, reafirmaram como essa estrutura mais ampla os ajuda na tentativa de noticiar em diferentes mídias.

Desta matéria:
Professores analisam formação do jornalista multimídia. Ouça.
O que estudantes e jornalistas pensam do assunto? Leia.
Confira imagens do evento, realização Labfoto da Facom.
Conheça as tuitadas com #ciclosdejor

A rotina do profissional multimídia foi outro assunto bastante debatido. Daniel Senna explicou como funciona na Agecom: “Para evitar os conflitos que ocorriam entre os editores, cada um queria a sua matéria o quanto antes, nós estabelecemos essa ordem: primeiro a internet, que o texto é mais rápido; depois, rádio e TV, cujos textos são bem parecidos; por último o impresso, que só vai ser publicado no dia seguinte.” Já a rotina da G1 Bahia é um pouco diferente, já que as mídias trabalham separadamente, apesar de serem parte da mesma organização. “O G1 dá a notícia junto ou primeiro”, afirmou Giacomo, comparando com a TVBahia.

Questionando os jornalistas sobre as rotinas produtivas, a professora Suzana Barbosa discutiu três elementos-chave: convergência jornalística, identidade profissional e salário. A professora, especialista em jornalismo digital, analisou a convergência jornalística - processo de produção integrada de conteúdo, se pensando nas diversas plataformas - em diversas redações, a exemplo do The Guardian (ING), El Pais (ESP), El Mundo (ESP) e, no Brasil, o Globo (RJ), O Estado de S. Paulo (SP), A Tarde e Correio* (BA). “Um jornal multimídia, por exemplo, tem que ter a capacidade de elaborar notícias para diversos suportes, adaptando as historias à linguagem de cada meio, logo o jornalista precisa construir nova identidade profissional, a identidade multimídia”, destacou Suzana. A convergência jornalística muda totalmente a rotina de uma redação, já que as paredes são abolidas e todos pertencentes a uma mesma instituição trabalham lado a lado, independente para qual mídia trabalhe. “O fato de que ser um profissional multimídia, não significa ter um multissalário”, ressaltou, levando os presentes ao riso e a tristeza, ao mesmo tempo.

Jornalistas dão dicas para os estudantes

Os estudantes, participantes ativos no debate, receberam diverso conselhos para serem esse jornalista multimídia tão exigido pelo mercado. Lembrando sua própria história, Daniel Senna sugeriu: “Não tenha preferências. Aproveite as matérias práticas e se dedique com a mesma intensidade a todas elas. Afinal você não sabe o que o mercado vai pedir de você, qual porta vai se abrir primeiro, ou se vai ser multimídia”.  Felipe Barbalho recomendou que os estudantes experimentem as várias linguagens:” Vocês devem fazer isso, gravar vídeo, áudio, mas não devem se restringir a pegar isso e passar para um papel. Tem que saber editar um áudio, um vídeo, fazer uma foto, saber mexer em tudo que tem à disposição”.

Após os debates, o clima no auditório era de satisfação. “Estou feliz de ver esse auditório lotado. O pessoal interessado em discutir assuntos, e um assunto que é de extrema relevância, por conta do repórter multifuncional, um repórter que faz tudo”, afirmou Eric Luís Carvalho, repórter do GE Bahia. A professora de Telejornalismo da UFRB Leila Nogueira, que trouxe toda a sua turma para cobrir a segunda edição do Ciclos, analisou a importância do evento: “É muito bom a gente ter eventos desse tipo para debater com profissionais do mercado, pesquisadores, professores e estudantes, por que é um tema que precisa ser debatido sem os muros da academia”.

A próxima edição, que deve ocorrer em junho, terá o tema “Jornalismo em dispositivos móveis”. A coordenação pretende transmitir novamente via twitcam e já trabalha para melhorar a qualidade da transmissão.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Conheça a opinião de estudantes e jornalistas, antes e depois do debate

Luiz Fernando e Ales Alves

Antes do debate

Michele Deiró, jornalista recém-formada pela Estácio FIB.
CiclosdeJor - Para você, o que é um jornalista multimídia?
Michele Deiró – Acredito que seja um jornalista que está sempre antenado, sempre ligado às mídias sociais, sempre tuitando, utilizando o facebook, Orkut. Hoje as mídias sociais estão aí para isso, para a gente se comunicar e interagir melhor não só com a sociedade mas também com colegas e com a mídia em geral.
CJ – Você, jornalista recém-formada, se sente preparada para trabalhar com o jornalismo digital, produzir texto, áudio, vídeo para o multimídia?
MD – Com certeza. Digo isso devido as experiências que tive na área, e porque utilizo essas mídias no dia-dia eu já me sinto preparada. Preciso me aprimorar um pouco em relação às ferramentas, a diagramação, esse quesito, que pra mim apresenta dificuldades.  Vou assistir essa palestra para poder me inteirar, me informar melhor sobre como utilizar essas ferramentas.
CJ – E quais são suas expectativas para o ciclos de hoje?
MD – Que eles tirem minha dúvidas e que realmente passem as informações do que vem acontecendo na atualidade em relação à utilização das mídias sociais.

Bianca Pacheco, jornalista recém-formada pela Estácio FIB, trabalhou um período na WebTV do SINPOJUD (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia)
CiclosdeJor – Em sua opinião, o que é um jornalista multimídia?
Bianca Pacheco – Um jornalista multimídia é mais ou menos com o que eu estou caracterizada hoje. Eu tuito o tempo todo, converso com as pessoas no twitter, facebook. Eu acho que o jornalismo tem que se “bandear” para essa parte, por que a tecnologia é o que está dando espaço para o jornalismo.
CJ – Você que já trabalhou nessa área, a diagramação de texto e a produção de áudio e vídeo para internet é muito explorada?
BP – Eu acho que ainda falta uma empresa específica que cuide disso aqui em Salvador. No SINPOJUD havia uma empresa de Brasília que vinha e criava webtv, e rádio (tvsinpojud e rádio sinpojud). Então precisamos criar esse mecanismo aqui no nosso trabalho, e então precisamos disso aqui na Bahia, uma pessoa que se preocupe com isso. Percebo que é um mercado que tende a crescer.
CJ– E o que você espera ouvir hoje no Ciclos?
BP – Hoje eu só vejo coisas maravilhosas, pelo Giácomo, uma pessoa bastante experiente, trabalha com isso há muitos anos, se envolve muito no twitter, conversa; ele sabe bem o que está acontecendo hoje nesse mercado.

Jairo Gonçalves, estudante do 6º semestre de jornalismo da FACOM, trabalha na TV UFBA.
CJ – Para você, o que é um jornalista multimídia?
Jairo Gonçalves – Eu acho que é um profissional que consegue utilizar as ferramentas que estão disponíveis da melhor forma possível, e consegue estabelecer esse diálogo, também com essas pessoas que estão recebendo essas informações que ele produz.
CJ – Você se sente preparado para trabalhar na área de jornalismo digital, diagramar textos, produzir áudio e vídeo?
JG – Eu acho que sim, apesar da faculdade oferecer pouca prática com isso, trabalhando em outros lugares, você acaba desenvolvendo essas habilidades. Hoje posso dizer que já trabalho utilizando essas ferramentas.
CJ – Quais são suas expectativas para o Ciclos de hoje?
JG – Minha expectativa é que eles dêem um panorama de como funciona isso dentro de cada organização aqui hoje representada e dar um panorama melhor de como é isso no dia-a-dia, de como funciona essa relação do jornalista e essa utilização dos novos meios que estão aí disponíveis para serem utilizados, espero que saibam utilizar da melhor forma.

Avana Cavalcante, estudante de Jornalismo do 7º semestre, da FACOM.
CJ– O que é um jornalista multimídia?
AC – É aquele jornalista em que está conectado diretamente em todas as redes sociais, twitter, facebook, blogs, é aquele profissional multifacetado.
CJ– Você se sente preparada para trabalhar nesse mercado de jornalismo multimídia quando sair da faculdade?
AC – Olha, eu creio que sim, não pelo embasamento da faculdade, porque a disciplina de jornalismo digital , jornalismo on-line é recente, então na verdade é mais pelo estágio. Quando a gente faz estágio, a gente sempre está conectado com internet, então a gente atualiza o site da instituição, do órgão. Eu me sinto mais preparada por isso, pelo estágio, mas pela universidade não.
CJ– E o que você espera ouvir aqui hoje no Ciclos?
AC – Que existe a possibilidade desse profissional contribuir para a melhoria das tecnologias e que ele realmente se conecte com isso.

Rodrigo Cunha, mestrando em jornalismo digital da Facom
CJ– O que é um jornalista multimídia?
RC – Jornalista multimídia é aquele profissional que tem a compreensão de como estão funcionando os mecanismos, as ferramentas que são utilizadas hoje na web. Não seria portanto aquele faz-tudo, mas o profissional que tem a noção de como funciona o mecanismo do trabalho para que ele possa trabalhar em conjunto com outros profissionais que possam estar responsabilizados por esse serviço.
CJ– Você se sente preparado para trabalhar nessa área?
RC – Sim, até porque eu já tive experiência na área, eu não trabalhei diretamente como jornalista na web, mas já tive contato com outros profissionais, também já visitei redações, então eu acho que sim, não seria nenhum problema trabalhar nesse sentido.
CJ– E quais são suas expectativas para o Ciclos de hoje?
RC – Que tenha debates interessantes, que possa pelo menos ter a noção de como é a visão de cada veículo de comunicação aqui na Bahia relacionada a essa área e como está o panorama, o que é que cada empresa pensa sobre esse assunto.

Depois do debate

Laís Martins, aluna do 5º semestre de jornalismo da UFRB
CJ – O que você achou do evento?
LM – O evento foi interessante, pode passar para os estudantes as informações técnicas, gerais, de um profissional no mercado de jornalismo, como o comportamento que o profissional deve ter perante seu trabalho na web, mídia impressa, no rádio.
CJ – Quem se destacou na mesa?
LM – Felipe Barbalho, que trabalhou no Globoesporte.com e hoje é do A Tarde On Line, trabalhou com a web. Giácomo é conhecido na TV Bahia pelas suas reportagens e Daniel Senna  da AGECOM, que a gente já tinha um conhecimento dele, da internet, do trabalho. Estou acompanhando a minha professora de telejornalismo [Leila Nogueira da UFRB], que inclusive foi orientadora do trabalho de final de curso dele. Os três se destacaram pra mim.
CJ – Qual informação dita hoje foi mais importante pra você?
LM – De que o jornalista deve estar sempre atualizado de todas as formas, pela internet, pela TV, pelo rádio, pelo impresso, porque senão ele é um jornalista morto, não é?

Eric Luís Carvalho, repórter do GE Bahia
CJ – O que você achou do evento?
ELC – Um evento importante. Eu que saí da Facom, fico feliz de ver esse auditório lotado, o pessoal interessado em discutir assuntos, e um assunto que é de extrema relevância, por conta do repórter multifuncional, um repórter que faz tudo, então é importante isso aqui.
CJ – Quem se destacou na mesa?
ELC – Acho que não houve um destaque, acho que destaque hoje foi o jornalismo na verdade. Eu acho que foram figuras bem preparadas, Giácomo Macini eu acompanho o trabalho todo dia, sei que é uma figura extremamente competente. Felipe Barbalho eu não conhecia pessoalmente, mas já sabia sobre o Globoesporte.com. O Daniel Senna, que eu já conhecia daqui da TV Aratu, então eu acho que foi uma mesa importante. Só a galera saiu ganhando.
CJ – Qual foi a informação mais relevante que foi dita hoje?
ELC – Eu acho que tudo foi importante. Foi um debate muito interessante no sentido de debater o que é um profissional que faz tudo de fato, pra quem está aqui sair com essa certeza de que agora é necessário mais do que nunca fazer de tudo, e bem.

Professores analisam formação do jornalista

Alexandro Mota

Como está a formação do jornalista que se quer multimídia? Como a academia vê os desafios do mercado de trabalho e o seu papel? Ouça entrevistas com as professoras Suzana Barbosa, Jornalismo Digital e palestrante do evento; Graciela Natansohn e Malu Fontes, jornalismo impresso, Leila Nogueira, professora de Telejornalismo da UFRB e Lia Seixas, organizadora do Ciclos e professora da Facom.

Conheça os tuites com #ciclosdejor

Não estava online? Não acompanhou pelo twitter? Conheça as tuitadas feitas com a hashtag do evento: #ciclosdejor.

Confira as imagens da 2ª edição do Ciclos

terça-feira, 26 de abril de 2011

Conheça os convidados da 2ª edição do Ciclos

Daniel Senna | Agecom
Graduado pelo Centro Universitário Estácio da Bahia, antiga FIB. Atuou na BandBahia, Rádio Educadora FM, no Irdeb - Instituto de Rádio Difusão educativa da Bahia, TV Educativa, TV Aratu - SBT. Atualmente integra a equipe da Assessoria Geral de Comunicação do Governo da Bahia, onde exerce a função de repórter multimídia.

Giácomo Mancini | G1/Bahia
Jornalista
Começou na RBTV em Pelotas. Foi correspondente do jornal Zero Hora. Repórter de economia da Rádio Gaúcha. Repórter Especial da RBTV Porto Alegre. Repórter da TV Globo no Rio de Janeiro. Repórter da Rede Globo desde 1982. Na Bahia, atua como repórter especial desde 1997. Como gerente de jornalismo da Rede Bahia desde maio de 2009

Felipe Barbalho | A TARDE On Line
Jornalista formado pela Escola de Comunicação da UFRJ em 1999, trabalha com produção de conteúdo multimídia há 13 anos. Nesse período, passou pelas funções de redator, editor, chefe de reportagem e coordenador. Ganhou um Top 3 e um Top 5 do prêmio IBest, o Oscar da internet brasileira entre 1996 e 2008, quando ainda era estagiário no Fl@Net, página oficial do Flamengo na época. Participou do planejamento e lançamento do portal Globo.com, onde ficou por 7 anos, do site GloboEsporte.com, estruturando o esquema de reportagem 3G nos oito principais clubes do Rio e São Paulo, e do Extra Online, endereço eletrônico do jornal popular mais vendido em bancas, em 2007. Antes de assumir a coordenação do A Tarde On Line, em 2009, também passou pelo Globo Online. Atualmente é editor-coordenador do A Tarde On Line e responsável pela condução do Cidadão Repórter, projeto de produção de conteúdo colaborativo.

Suzana Barbosa | Facom/Ufba
Doutora (2007) a e mestre (2002) em Comunicação e Cultura Contemporâneas também pela Universidade Federal da Bahia-Ufba. Com pós-doutrado pela Universidade de Santiago de Compostela/Espanha (2008). É professora do Departamento de Comunicação (Jornalismo) da Ufba. Integra o Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-line (GJol/Ufba) e a rede de pesquisa do projeto de cooperação internacional Jornalismo na Internet: Um estudo Comparado dos Cibermeios Brasil/Espanha (Capes/DGU 140/07). Como jornalista, trabalhou como repórter, colunista e subeditora em jornais de Salvador, em web sites jornalísticos e em assessorias de comunicação. Também atuou como jornalista free-lancer para jornais, revistas e publicações especializadas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Jornalista Multimídia: que profissional é esse?

Diante de tantas mudanças no mercado de trabalho em função das novas mídias, cada vez mais se fala no "jornalista multimídia". Aquele profissional que as empresas querem. O profissional que deveria ser formado na faculdade. Mas, existe mesmo o jornalista multimídia? O que significa dizer isso? Conhecer as diversas linguagens basta?

No próximo debate do Ciclos de Jornalismo, você vai ouvir um jornalista que produz para as várias mídias na Agecom; vai poder conhecer os desafios do G1 Bahia, lançado há apenas duas semanas; vai saber mais sobre o A Tarde On Line e discutir esse conceito de "jornalista multimídia"; e poderá, inclusive, perguntar aos palestrantes, pois estamos prevendo cerca de 1 hora para a participação do público.

Para você começar a afinar, leia a excelente entrevista que André Deak fez com  Pedro Fehlauer, fotógrafo, um dos três fundadores da Garapa.