Paulo Leandro, Paulo Oliveira, Lia Seixas e Geraldo Melo (Esq/dir. Foto: Thuanne Silva) |
Entre os assuntos discutidos, houve destaque para o conceito de jornalismo popular e de jornalismo. O conceito de "popular" em jornalismo girou entre o que é acessível, como sugeriu Paulo Leandro, que afirmou não considerar o Correio* um jornal popular, mas sim um "jornal híbrido". Paulo Oliveira, carinhosamente apelidado de Paulo Massa no debate, disse que o jornal Massa! procura fazer o que chamou de "infoentretenimento" [o que academicamente se chama de "infotainment", neologismo que designaria uma estratégia midiática com base em informação e entretenimnento] e ainda que não veio para concorrer com o Correio.
Depois de fazer uma breve consideração sobre o conceito de "jornal popular", o professor Edson Dalmonte provocou conceitualmente os jornalistas com uma pergunta: "Dá para chamar o jornalismo popular de jornalismo?". O papel da instituição jornalística veio à baila: informar? divertir? educar? Citado o exemplo do "Dr. Massa". No último bloco, com a pergunta do jornalista recém-formado Fernando Duarte, os critérios de noticiabilidade foram evocados para tentar diferenciar: os populares não suplantariam o "interesse público" (também chamado de "relevância" por autores como Mauro Wolf) em função do "interesse do público"?
E quem é este público alvo? Questão que foi reiteradamente discutida e importante elemento de conceituação dos populares. Os jornais buscariam as classes C, D e E. Este foi um dos elementos colocados por Paulo Leandro para reiterar a definição de "jornal híbrido" ao Correio. Segundo ele, 50% do veículo é vendido para as classes A e B. Já o Paulo Oliveira afirmou que o Massa! está se filiando ao IVC (Instituto Verificador de Circulação) e previu três meses para ter os dados de circulação do jornal.
As estratégias dos veículos há menos de um mês de lançamento do Massa! trouxe informações, mas deixou uma pergunta no ar. O Correio, segundo Paulo Leandro, continuará trabalhando para manter sua recente liderança de mercado - em sua edição do último dia 24, anunciou ter chegado aos 47.239, contra 44.301 do A Tarde, mas lançará um outro jornal para competir como o Massa!? Paulo Leandro não confirmou, mas também não desmentiu a provocação de Paulo Oliveira, que disse haver o estudo de um jornal da Rede Bahia chamado "15 segundos".
Não ficaram sem discussão ainda o layout dos jornais, a linguagem de cada um deles e o por quê do apelo à sensualidade (ou sexualidade!) feminina e aos assuntos ditos "sangrentos". Elementos com defesa convicta por parte do Paulo Oliveira, com especialização no tema "jornal popular", mas com reação do auditório. De uma coisa ele parece ter razão: "Salvador está lendo jornal no ônibus!".
Texto
Lia Seixas
Texto
Lia Seixas