O próximo evento do Ciclos de Jornalismo terá o tema que você escolher! O objetivo é que jornalistas, estudantes de jornalismo, além de professores de jornalismo, contribuam nas decisões sobre o Ciclos. Nada mais justo que a comunidade baiana interessada na discussão sobre jornalismo possa escolher o tema que lhe incomoda, lhe provoca, lhe diz respeito.
A organização está realizando uma enquete por duas semanas. Até próximo dia 04 às 23h30, você pode escolher dentre três seguintes temas:
1. Jornalismo em dispositivos móveis: celulares e tablets trazem nova vida ao jornalismo?
Neste painel, o Ciclos pretende ampliar a discussão sobre as novas narrativas que se apresentam a partir dos conteúdos para dispositivos móveis como celulares e tablets, debater como a imprensa e seus atores têm trabalhado tais conteúdos e dispositivos, além de analisar o que isto significa para o jornalismo.
2. Jornalista multimídia: que profissional é esse?
Com o advento da internet, o perfil do profissional de comunicação e a exigência do mercado têm demandado um conhecimento e habilidades para as mais diversas mídias. Neste debate, pretendemos identificar tais mudanças e discutir questões como formação acadêmica, capacitação e competências destes “novos” profissionais de jornalismo.
3. Jornalismo cultural: o que a cobertura especializada exige
O jornalismo cultural no Brasil tem sido frequentemente criticado por seu julgamento de uma produção cultural cada vez mais numerosa e diversificada. O senso crítico e a avaliação da obra cultural são funções do jornalismo cultural? Como se dá a cobertura especializada nas revistas e cadernos de cultura? O que se exige do jornalismo especializado em música, cinema, teatro?
O próximo Ciclos deverá ser realizado em abril de 2011. O formato será decidido em função do tema escolhido pelos participantes.
Nesta enquete, cada internauta pode votar apenas uma vez. Escolha! Participe!
domingo, 21 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
I Ciclos de Jornalismo dá primeiro passo para aproximar academia e mercado jornalístico
Quase 150 pessoas participaram do debate (Foto: Laís Rocha) |
No último dia 28, com o auditório da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba) lotado, quase 150 pessoas, jornalistas, professores de jornalismo e estudantes discutiram o tema
"Jornal Popular: por que cresce na Bahia?". Paulo Leandro, secretário de redação do Correio*; Paulo Oliveira, secretário de redação do Massa! e Geraldo Melo, editor de imagem do Jornal da Metrópole garantiram um acalorado debate, que durou quase quatro horas.
Desta matéria:
Conceitos de jornalismo e jornal popular foram destaque
Veja a galeria de imagens
Assista aos vídeos
“Esse trabalho é importante para aproximar o conhecimento que a academia tem do jornalismo com as necessidade do mercado e vice-versa”, avaliou Paulo Leandro. Paulo Oliveira, secretário de redação e supervisor editorial do Massa!, também elogiou a iniciativa e destacou a receptividade que o projeto teve. “O debate para mim foi fantástico, primeiro pelo seguinte: eu já trabalhei em outro mercado, Fortaleza, e que não houve a receptividade que houve aqui em Salvador. O fato da academia se aproximar para discutir é fantástico. Eu acho que todo mundo sai ganhando”.
Já, para os professores, aproximar academia e mercado é uma forma de renovação para ambos e sempre deve ser estimulado. "Sozinhos, cada um no seu lado, a gente não contribui nem para melhoria lá, nem para saber mais aqui na academia", enfatizou a professora Suzana Barbosa ao lembrar, ainda, que é responsabilidade da academia formar boa parte dos futuros profissionais deste mercado. "Assim nós temos a chance de colocar em contato o jornalismo, ou seja, a produção e a universidade, cada um com o seu papel", disse o professor Edson Dalmonte.
Para a estudante de jornalismo da Unime, Simone Barbosa, é preciso que ocorra com frequência debates dessa natureza para maiores esclarecimentos. “Constantemente vemos e julgamos os jornais classificados como populares de uma maneira. Porém, os argumentos utilizados pelos convidados me convenceram de que o produto não é feito de uma forma sem controle, sem organização, como pensava".
Evento teve formato de debate
Com a proposta de variar no formato, o Ciclos iniciou com um debate no qual cada jornalista convidado teve 10 minutos para apresentar e falar sobre seus produtos. Em seguida, por meio de sorteio, os professores perguntaram aos jornalistas e estes, por sua vez, e também por sorteio, questionaram uns aos outros com direito a réplica e tréplica. Por último, com pouco mais de duas horas, foi a vez do público perguntar.
Ciclos é atividade de extensão
Todos os participantes terão direito a certificado. A organização informará pelo twitter (@ciclosdejor) e aqui no blog oficial quando estiverem prontos. Fiquem atentos!
Texto
Marcelo Argôlo, Diego Barreto, Iloma Sales e Lia Seixas
Conceitos de jornalismo e jornal popular foram destaque
Paulo Leandro, Paulo Oliveira, Lia Seixas e Geraldo Melo (Esq/dir. Foto: Thuanne Silva) |
Entre os assuntos discutidos, houve destaque para o conceito de jornalismo popular e de jornalismo. O conceito de "popular" em jornalismo girou entre o que é acessível, como sugeriu Paulo Leandro, que afirmou não considerar o Correio* um jornal popular, mas sim um "jornal híbrido". Paulo Oliveira, carinhosamente apelidado de Paulo Massa no debate, disse que o jornal Massa! procura fazer o que chamou de "infoentretenimento" [o que academicamente se chama de "infotainment", neologismo que designaria uma estratégia midiática com base em informação e entretenimnento] e ainda que não veio para concorrer com o Correio.
Depois de fazer uma breve consideração sobre o conceito de "jornal popular", o professor Edson Dalmonte provocou conceitualmente os jornalistas com uma pergunta: "Dá para chamar o jornalismo popular de jornalismo?". O papel da instituição jornalística veio à baila: informar? divertir? educar? Citado o exemplo do "Dr. Massa". No último bloco, com a pergunta do jornalista recém-formado Fernando Duarte, os critérios de noticiabilidade foram evocados para tentar diferenciar: os populares não suplantariam o "interesse público" (também chamado de "relevância" por autores como Mauro Wolf) em função do "interesse do público"?
E quem é este público alvo? Questão que foi reiteradamente discutida e importante elemento de conceituação dos populares. Os jornais buscariam as classes C, D e E. Este foi um dos elementos colocados por Paulo Leandro para reiterar a definição de "jornal híbrido" ao Correio. Segundo ele, 50% do veículo é vendido para as classes A e B. Já o Paulo Oliveira afirmou que o Massa! está se filiando ao IVC (Instituto Verificador de Circulação) e previu três meses para ter os dados de circulação do jornal.
As estratégias dos veículos há menos de um mês de lançamento do Massa! trouxe informações, mas deixou uma pergunta no ar. O Correio, segundo Paulo Leandro, continuará trabalhando para manter sua recente liderança de mercado - em sua edição do último dia 24, anunciou ter chegado aos 47.239, contra 44.301 do A Tarde, mas lançará um outro jornal para competir como o Massa!? Paulo Leandro não confirmou, mas também não desmentiu a provocação de Paulo Oliveira, que disse haver o estudo de um jornal da Rede Bahia chamado "15 segundos".
Não ficaram sem discussão ainda o layout dos jornais, a linguagem de cada um deles e o por quê do apelo à sensualidade (ou sexualidade!) feminina e aos assuntos ditos "sangrentos". Elementos com defesa convicta por parte do Paulo Oliveira, com especialização no tema "jornal popular", mas com reação do auditório. De uma coisa ele parece ter razão: "Salvador está lendo jornal no ônibus!".
Texto
Lia Seixas
Texto
Lia Seixas
Assinar:
Postagens (Atom)