domingo, 22 de maio de 2011

Estudantes da UFRB produzem VT sobre a 2ª edição do Ciclos

Orientados pela professora Leila Nogueira, estudantes de jornalismo do 5º semestre da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), de Telejornalismo I, produziram uma breve matéria audiovisual sobre o segundo encontro, ocorrido em 27 de abril último.

Confira!

Reportagem ::Laís de Oliveira
Produção :: Laís Martins

terça-feira, 3 de maio de 2011

Sucesso de público, 2º Ciclos foi Trend Topics Salvador

Val Benvindo e Manuella Cardoso com colaboração de Júlia Belas
                                                         (Leonardo Pastor/ Labfoto)

A 2ª edição do Ciclos de Jornalismo, que  teve como tema “Jornalista Multimídia: que profissional é esse?”, foi um sucesso de público. O evento teve sua hashtag #ciclosdejor no terceiro lugar dos Trendings Topics Salvador por toda a manhã. Transmitido ao vivo pelo twitcam, o Ciclos contou com a assinatura de 126 pessoas para o recebimento de certificados, um auditório cheio até o final do evento, com a presença de estudantes de jornalismo, jornalistas e professores de jornalismo, além da cobertura para duas disciplinas, Jornalismo Digital da Facom e Telejornalismo da UFRB.  Os palestrantes, jornalista Daniel Senna (Agecom), Giacomo Mancini (G1/Rede Bahia), Felipe Barbalho (A Tarde OnLine) e a professora Suzana Barbosa (Facom/UFBA), trouxeram à tona temas como convergência jornalística, evolução do jornalismo, redes sociais, rotinas produtivas e outros assuntos relacionados ao jornalista multimídia.

Um dos temas de destaque foi exatamente a definição de jornalista multimídia e como ser um bom profissional no mercado atual. Em consenso, todos os palestrantes acreditam que para ser um bom jornalista multimídia é preciso ter noção de todas a linguagens e plataformas, ainda que se tenha preferência por esta ou aquela área. O jornalista multimídia está longe de ser somente o profissional ligado ao afazeres da internet, muito pelo contrário, este circula por toda e qualquer plataforma em que o jornalismo se encaixe.

Para Giácomo Mancini, que durante o evento se comparou a um jornalista jurássico que gosta de tecnologia, o que é noticiado ainda é o mais importante: “Informação continua a ser fundamental, independente da plataforma”. Mancini ainda brincou dizendo que já era um jornalista multimídia no início de sua carreira, em 1975, quando fotografava, produzia textos e trabalhava na rádio e na televisão, tudo ao mesmo tempo. Para ele, ser um profissional de comunicação multimídia é não se restringir a apenas fazer o seu texto. Cabe a ele estar sempre informado e usar diferentes ferramentas para divulgar sua notícia.

Daniel Senna, que atualmente produz para todas as mídias na Agecom, explicou as diferenças das linguagens: “Cada mídia requer um texto diferente, não dá pra fazer o mesmo texto para rádio e impresso, por exemplo. A maior diferença entre rádio e TV é a referência à imagem, que na TV é constante. No rádio, você precisa de referências o tempo todo, mas essa é uma das poucas adaptações que se tem que fazer. O texto para internet, eu passo para a redação por e-mail ou telefone, e alguém vai e publica. A TV exige que você grave a entrevista. Então se você perder aquele momento ou aquela coletiva, você perde a entrevista com a fonte e prejudica toda a matéria. Para o impresso, eu já estou na redação posso redigir com mais calma, o texto é mais detalhado.”

Seguindo a mesma linha, Felipe Barbalho, que se denomina “essencialmente on line” por nunca ter trabalhado em outra plataforma que não fosse a internet, reafirmou a importância de se ter noções básicas acerca de todas as mídias. “Esse profissional é alguém que está consciente e quer fazer o jornalismo multimídia. Está disposto a usar as mídias sociais, captar áudio e fazer fotografias”. Os jornalistas que trabalham em grupos de comunicação donos de variadas mídias, reafirmaram como essa estrutura mais ampla os ajuda na tentativa de noticiar em diferentes mídias.

Desta matéria:
Professores analisam formação do jornalista multimídia. Ouça.
O que estudantes e jornalistas pensam do assunto? Leia.
Confira imagens do evento, realização Labfoto da Facom.
Conheça as tuitadas com #ciclosdejor

A rotina do profissional multimídia foi outro assunto bastante debatido. Daniel Senna explicou como funciona na Agecom: “Para evitar os conflitos que ocorriam entre os editores, cada um queria a sua matéria o quanto antes, nós estabelecemos essa ordem: primeiro a internet, que o texto é mais rápido; depois, rádio e TV, cujos textos são bem parecidos; por último o impresso, que só vai ser publicado no dia seguinte.” Já a rotina da G1 Bahia é um pouco diferente, já que as mídias trabalham separadamente, apesar de serem parte da mesma organização. “O G1 dá a notícia junto ou primeiro”, afirmou Giacomo, comparando com a TVBahia.

Questionando os jornalistas sobre as rotinas produtivas, a professora Suzana Barbosa discutiu três elementos-chave: convergência jornalística, identidade profissional e salário. A professora, especialista em jornalismo digital, analisou a convergência jornalística - processo de produção integrada de conteúdo, se pensando nas diversas plataformas - em diversas redações, a exemplo do The Guardian (ING), El Pais (ESP), El Mundo (ESP) e, no Brasil, o Globo (RJ), O Estado de S. Paulo (SP), A Tarde e Correio* (BA). “Um jornal multimídia, por exemplo, tem que ter a capacidade de elaborar notícias para diversos suportes, adaptando as historias à linguagem de cada meio, logo o jornalista precisa construir nova identidade profissional, a identidade multimídia”, destacou Suzana. A convergência jornalística muda totalmente a rotina de uma redação, já que as paredes são abolidas e todos pertencentes a uma mesma instituição trabalham lado a lado, independente para qual mídia trabalhe. “O fato de que ser um profissional multimídia, não significa ter um multissalário”, ressaltou, levando os presentes ao riso e a tristeza, ao mesmo tempo.

Jornalistas dão dicas para os estudantes

Os estudantes, participantes ativos no debate, receberam diverso conselhos para serem esse jornalista multimídia tão exigido pelo mercado. Lembrando sua própria história, Daniel Senna sugeriu: “Não tenha preferências. Aproveite as matérias práticas e se dedique com a mesma intensidade a todas elas. Afinal você não sabe o que o mercado vai pedir de você, qual porta vai se abrir primeiro, ou se vai ser multimídia”.  Felipe Barbalho recomendou que os estudantes experimentem as várias linguagens:” Vocês devem fazer isso, gravar vídeo, áudio, mas não devem se restringir a pegar isso e passar para um papel. Tem que saber editar um áudio, um vídeo, fazer uma foto, saber mexer em tudo que tem à disposição”.

Após os debates, o clima no auditório era de satisfação. “Estou feliz de ver esse auditório lotado. O pessoal interessado em discutir assuntos, e um assunto que é de extrema relevância, por conta do repórter multifuncional, um repórter que faz tudo”, afirmou Eric Luís Carvalho, repórter do GE Bahia. A professora de Telejornalismo da UFRB Leila Nogueira, que trouxe toda a sua turma para cobrir a segunda edição do Ciclos, analisou a importância do evento: “É muito bom a gente ter eventos desse tipo para debater com profissionais do mercado, pesquisadores, professores e estudantes, por que é um tema que precisa ser debatido sem os muros da academia”.

A próxima edição, que deve ocorrer em junho, terá o tema “Jornalismo em dispositivos móveis”. A coordenação pretende transmitir novamente via twitcam e já trabalha para melhorar a qualidade da transmissão.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Conheça a opinião de estudantes e jornalistas, antes e depois do debate

Luiz Fernando e Ales Alves

Antes do debate

Michele Deiró, jornalista recém-formada pela Estácio FIB.
CiclosdeJor - Para você, o que é um jornalista multimídia?
Michele Deiró – Acredito que seja um jornalista que está sempre antenado, sempre ligado às mídias sociais, sempre tuitando, utilizando o facebook, Orkut. Hoje as mídias sociais estão aí para isso, para a gente se comunicar e interagir melhor não só com a sociedade mas também com colegas e com a mídia em geral.
CJ – Você, jornalista recém-formada, se sente preparada para trabalhar com o jornalismo digital, produzir texto, áudio, vídeo para o multimídia?
MD – Com certeza. Digo isso devido as experiências que tive na área, e porque utilizo essas mídias no dia-dia eu já me sinto preparada. Preciso me aprimorar um pouco em relação às ferramentas, a diagramação, esse quesito, que pra mim apresenta dificuldades.  Vou assistir essa palestra para poder me inteirar, me informar melhor sobre como utilizar essas ferramentas.
CJ – E quais são suas expectativas para o ciclos de hoje?
MD – Que eles tirem minha dúvidas e que realmente passem as informações do que vem acontecendo na atualidade em relação à utilização das mídias sociais.

Bianca Pacheco, jornalista recém-formada pela Estácio FIB, trabalhou um período na WebTV do SINPOJUD (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia)
CiclosdeJor – Em sua opinião, o que é um jornalista multimídia?
Bianca Pacheco – Um jornalista multimídia é mais ou menos com o que eu estou caracterizada hoje. Eu tuito o tempo todo, converso com as pessoas no twitter, facebook. Eu acho que o jornalismo tem que se “bandear” para essa parte, por que a tecnologia é o que está dando espaço para o jornalismo.
CJ – Você que já trabalhou nessa área, a diagramação de texto e a produção de áudio e vídeo para internet é muito explorada?
BP – Eu acho que ainda falta uma empresa específica que cuide disso aqui em Salvador. No SINPOJUD havia uma empresa de Brasília que vinha e criava webtv, e rádio (tvsinpojud e rádio sinpojud). Então precisamos criar esse mecanismo aqui no nosso trabalho, e então precisamos disso aqui na Bahia, uma pessoa que se preocupe com isso. Percebo que é um mercado que tende a crescer.
CJ– E o que você espera ouvir hoje no Ciclos?
BP – Hoje eu só vejo coisas maravilhosas, pelo Giácomo, uma pessoa bastante experiente, trabalha com isso há muitos anos, se envolve muito no twitter, conversa; ele sabe bem o que está acontecendo hoje nesse mercado.

Jairo Gonçalves, estudante do 6º semestre de jornalismo da FACOM, trabalha na TV UFBA.
CJ – Para você, o que é um jornalista multimídia?
Jairo Gonçalves – Eu acho que é um profissional que consegue utilizar as ferramentas que estão disponíveis da melhor forma possível, e consegue estabelecer esse diálogo, também com essas pessoas que estão recebendo essas informações que ele produz.
CJ – Você se sente preparado para trabalhar na área de jornalismo digital, diagramar textos, produzir áudio e vídeo?
JG – Eu acho que sim, apesar da faculdade oferecer pouca prática com isso, trabalhando em outros lugares, você acaba desenvolvendo essas habilidades. Hoje posso dizer que já trabalho utilizando essas ferramentas.
CJ – Quais são suas expectativas para o Ciclos de hoje?
JG – Minha expectativa é que eles dêem um panorama de como funciona isso dentro de cada organização aqui hoje representada e dar um panorama melhor de como é isso no dia-a-dia, de como funciona essa relação do jornalista e essa utilização dos novos meios que estão aí disponíveis para serem utilizados, espero que saibam utilizar da melhor forma.

Avana Cavalcante, estudante de Jornalismo do 7º semestre, da FACOM.
CJ– O que é um jornalista multimídia?
AC – É aquele jornalista em que está conectado diretamente em todas as redes sociais, twitter, facebook, blogs, é aquele profissional multifacetado.
CJ– Você se sente preparada para trabalhar nesse mercado de jornalismo multimídia quando sair da faculdade?
AC – Olha, eu creio que sim, não pelo embasamento da faculdade, porque a disciplina de jornalismo digital , jornalismo on-line é recente, então na verdade é mais pelo estágio. Quando a gente faz estágio, a gente sempre está conectado com internet, então a gente atualiza o site da instituição, do órgão. Eu me sinto mais preparada por isso, pelo estágio, mas pela universidade não.
CJ– E o que você espera ouvir aqui hoje no Ciclos?
AC – Que existe a possibilidade desse profissional contribuir para a melhoria das tecnologias e que ele realmente se conecte com isso.

Rodrigo Cunha, mestrando em jornalismo digital da Facom
CJ– O que é um jornalista multimídia?
RC – Jornalista multimídia é aquele profissional que tem a compreensão de como estão funcionando os mecanismos, as ferramentas que são utilizadas hoje na web. Não seria portanto aquele faz-tudo, mas o profissional que tem a noção de como funciona o mecanismo do trabalho para que ele possa trabalhar em conjunto com outros profissionais que possam estar responsabilizados por esse serviço.
CJ– Você se sente preparado para trabalhar nessa área?
RC – Sim, até porque eu já tive experiência na área, eu não trabalhei diretamente como jornalista na web, mas já tive contato com outros profissionais, também já visitei redações, então eu acho que sim, não seria nenhum problema trabalhar nesse sentido.
CJ– E quais são suas expectativas para o Ciclos de hoje?
RC – Que tenha debates interessantes, que possa pelo menos ter a noção de como é a visão de cada veículo de comunicação aqui na Bahia relacionada a essa área e como está o panorama, o que é que cada empresa pensa sobre esse assunto.

Depois do debate

Laís Martins, aluna do 5º semestre de jornalismo da UFRB
CJ – O que você achou do evento?
LM – O evento foi interessante, pode passar para os estudantes as informações técnicas, gerais, de um profissional no mercado de jornalismo, como o comportamento que o profissional deve ter perante seu trabalho na web, mídia impressa, no rádio.
CJ – Quem se destacou na mesa?
LM – Felipe Barbalho, que trabalhou no Globoesporte.com e hoje é do A Tarde On Line, trabalhou com a web. Giácomo é conhecido na TV Bahia pelas suas reportagens e Daniel Senna  da AGECOM, que a gente já tinha um conhecimento dele, da internet, do trabalho. Estou acompanhando a minha professora de telejornalismo [Leila Nogueira da UFRB], que inclusive foi orientadora do trabalho de final de curso dele. Os três se destacaram pra mim.
CJ – Qual informação dita hoje foi mais importante pra você?
LM – De que o jornalista deve estar sempre atualizado de todas as formas, pela internet, pela TV, pelo rádio, pelo impresso, porque senão ele é um jornalista morto, não é?

Eric Luís Carvalho, repórter do GE Bahia
CJ – O que você achou do evento?
ELC – Um evento importante. Eu que saí da Facom, fico feliz de ver esse auditório lotado, o pessoal interessado em discutir assuntos, e um assunto que é de extrema relevância, por conta do repórter multifuncional, um repórter que faz tudo, então é importante isso aqui.
CJ – Quem se destacou na mesa?
ELC – Acho que não houve um destaque, acho que destaque hoje foi o jornalismo na verdade. Eu acho que foram figuras bem preparadas, Giácomo Macini eu acompanho o trabalho todo dia, sei que é uma figura extremamente competente. Felipe Barbalho eu não conhecia pessoalmente, mas já sabia sobre o Globoesporte.com. O Daniel Senna, que eu já conhecia daqui da TV Aratu, então eu acho que foi uma mesa importante. Só a galera saiu ganhando.
CJ – Qual foi a informação mais relevante que foi dita hoje?
ELC – Eu acho que tudo foi importante. Foi um debate muito interessante no sentido de debater o que é um profissional que faz tudo de fato, pra quem está aqui sair com essa certeza de que agora é necessário mais do que nunca fazer de tudo, e bem.

Professores analisam formação do jornalista

Alexandro Mota

Como está a formação do jornalista que se quer multimídia? Como a academia vê os desafios do mercado de trabalho e o seu papel? Ouça entrevistas com as professoras Suzana Barbosa, Jornalismo Digital e palestrante do evento; Graciela Natansohn e Malu Fontes, jornalismo impresso, Leila Nogueira, professora de Telejornalismo da UFRB e Lia Seixas, organizadora do Ciclos e professora da Facom.

Conheça os tuites com #ciclosdejor

Não estava online? Não acompanhou pelo twitter? Conheça as tuitadas feitas com a hashtag do evento: #ciclosdejor.

Confira as imagens da 2ª edição do Ciclos